SHUa, tem como tratar!
Assim que a SHUa (síndrome hemolítica urêmica atípica) é diagnosticada, uma nova rotina de cuidados já começa a existir na vida do paciente e de seus familiares. Mas, ainda que gere preocupações iniciais - ainda mais presentes no caso de uma doença rara - , a boa notícia é que a SHUa (síndrome hemolítica urêmica atípica) tem tratamento e pode ter suas manifestações controladas de maneira segura.1
Para que tudo possa ocorrer da melhor forma e as funções do organismo possam ser preservadas, o diagnóstico precoce é um passo fundamental. No entanto, os primeiros sinais da SHUa (síndrome hemolítica urêmica atípica) muitas vezes envolvem sintomas que comprometem diversas regiões do corpo, como cansaço, dor de cabeça, problemas gastrointestinais e disfunções renais, o que pode dificultar o rápida identificação da doença e evoluir o quadro.1
Por isso, a busca por ajuda médica é essencial assim que estes sinais surjam de forma aguda e repentina. 2 A partir do primeiro atendimento, o diagnóstico irá envolver uma abordagem multidisciplinar composta por avaliação clínica, análise genética e exames laboratoriais, que permitem a exclusão de outras condições que possam causar sintomas parecidos, como SHUa típica, doença trombótica microangiopática, entre outras.2
O tratamento
O tratamento da SHUa (síndrome hemolítica urêmica atípica) é bastante individualizado e complexo. Seu objetivo é, principalmente, estabilizar os sintomas e prevenir que a doença reincida no longo prazo. Por ser uma doença rara e de condição variável, seu cuidado não envolve uma abordagem única e pode incluir algumas diferentes opções terapêuticas, como o tratamento para a disfunção renal, além de cuidados de suporte.3,4
Uma vez que os sintomas mais graves da SHUa tenham sido controlados, o acompanhamento médico é essencial para garantir que tudo esteja indo bem e evitar futuras complicações. Na SHUa, o sistema complemento sofre desbalanceamentos contínuos, o que exige a continuidade do tratamento para evitar que o quadro evolua para enfermidades mais graves.
Qual especialista cuida da SHUa?
No momento do aparecimento de sintomas agudos e graves relacionados à SHUa, o paciente muitas vezes é internado em UTI para que possa receber transfusões sanguíneas e realizar a diálise, um processo de filtração que remove excesso de resíduos e de líquidos do sangue.3
Após este momento, os médicos responsáveis por acompanhar o tratamento da SHUa são, na maioria dos casos, um Nefrologista e Hematologista, ambos podendo ser pediátricos ou de adultos.1
O papel do Nefrologista é monitorar continuamente o funcionamento dos rins por meio de exames de sangue ou de urina, de forma a verificar se há algum retorno dos sintomas. Este acompanhamento também busca verificar se os medicamentos utilizados estão funcionando como o esperado e ajustar as doses, caso necessário.1
Vale sempre lembrar que cada organismo é único e irá responder de forma bastante individual aos tratamentos. Por isso, o acompanhamento médico desde os primeiros sintomas e principalmente durante o tratamento com o nefrologista é fundamental para que estes cuidados continuem sendo eficazes e que a jornada do paciente seja a mais saudável possível.2
Fontes:
RAINA, Rupesh, et al.“Atypical Hemolytic-Uremic Syndrome: An Update on Pathophysiology, Diagnosis, and Treatment”. Therapeutic Apheresis and Dialysis in Wiley Online Library. Outubro de 2018.Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/1744-9987.12763. Acesso em: agosto de 2023.
KVANAGH, David. Et al. “Atypical Hemolytic Uremic Syndrome”. National Library of Medicine. Novembro de 2013. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3863953/. Acesso em agosto de 2023.
MAXIMIANO, Cristiana, et.al.“Síndrome hemolítica urêmica atípica genética em crianças: uma experiência de 20 anos a partir de um centro terciário”. Brazilian Journal of Nephrology. Fevereiro de 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/jbn/a/PQhjffXt5jCx5ghcxH69H9S/abstract/?lang=pt. Acesso em: agosto de 2023.
YERIGUERI, Keval. "Atypical hemolytic-uremic syndrome and C3 glomerulopathy: conclusions from a 'Kidney Disease: Improving Global Outcomes' (KDIGO) Controversies Conference." National Library of Medicine. Agosto de 2023. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/37560408/. Acesso em: agosto de 2023